Vocês já se pegaram com medo de dizer a sua melhor amiga que você
está namorando e feliz? Eu já! Tinha medo dela não entender, de se afastar ou
até mesmo de achar que eu a desejava, só por ela ser mulher. Parece meio
absurdo, eu sei, mas aconteceu muitas vezes comigo e acontece diariamente com
um monte de gente. É triste, é doloroso.
Ser mulher num mundo machista é difícil, ser mulher e lésbica em
um mundo machista é imensamente mais complicado. Já ouvi de alguns amigos meus,
gays, que lésbicas são mais toleráveis aos olhos da sociedade. Que lésbicas se
beijam em público numa boa e no máximo as pessoas olham, que gays sofrem mais
xingamentos e agressões físicas que nós.
Eu concordo com o fato de gays sofrem muito mais violência física,
mas já pararam para pensar o quanto as lésbicas sofrem violência psicológica?
Até o fato de parecer mais “leve” ver mulheres beijando na rua que ver homem é
fruto do machismo. Para o homem, em geral, ver duas mulheres beijando faz parte
de um ritual machista de desejar tê-las juntas na sua cama. Vocês não imaginam
o quanto é enojante está com sua namorada e imaginar que tem um macho escroto
olhando e cobiçando, guardando a imagem para uma punheta quando chegar em casa.
Vocês não tem noção de quantos comentários idiotas ouvimos
diariamente e acreditem, possivelmente você já pensou um deles. “Ah, duas
mulheres… deve faltar algo no sexo” - não, não falta! Sobra carinho, tesão,
dedicação e muito prazer. “Quem será o homem da relação?” - Esse pra mim é o
pior, pois parece que quando se determina “o homem” da relação ainda vem junto
um ar de que aquela menina é quem manda, pois o homem é um ser dominante e toda
relação precisa de um. Não minha gente, não há homem numa relação lésbica e não
precisamos de um. Uma relação homoafetiva feminina são duas mulheres que se
amam e querem ficar juntas. DUAS MULHERES, ZERO HOMENS!
Vale salientar que não odiamos os meninos, não. Gostamos deles,
temos amigos, pais, primos, irmão, colegas de trabalho, a única diferença que
não queremos transar com um. Só! Outra coisa, também não queremos transar com
todas as mulheres do mundo não. Não é porque tem vagina que desejo. Somos
iguais a você, desejamos umas pessoas e outras não. Tão simples, não sei por que
complicam tanto.
Eu poderia falar mil coisas sobre lésbicas, sobre machismo, sobre
preconceito e quem sabe fale em outros textos. De momento só queria falar um
pouco como nos sentimos e como você pode mudar isso, em como você pode ser uma
pessoa melhor. Para fechar eu só queria dizer que: pode chamar de sapatão,
sapa, sapinha, lésbica… enfim, desde que seja sempre com respeito. Não importa
qual nome você chama, importa COMO você chama. Mas você pode me chamar só pelo
nome, sem rótulos. Por fim, se sexualidade fosse opção eu ainda seria lésbica…
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