Meus 28 anos me ensinaram que não
existe convívio sem laço. Não importa o grau da relação, seja ela a mínima
possível, existirá sentimento. É falta de maturidade achar que você vai dizer
oi, dar boa noite, perguntar sobre o dia, e não vai, lá no fundo, bem no fundo,
imaginar uma possível história. A gente tenta não se iludir, tenta criar uma
vaca, um cacto, um cachorro, qualquer coisa, menos expectativas, mas cada dia mais eu me
convenço que criar histórias é intrínseco do ser humano. Afinal não somos nós os
seres racionais? Amadurecer não é parar de criar expectativas. Amadurecer é
estar ciente de que expectativas serão criadas, não adianta fugir da lei natural
da espécie humana. Criar expectativas está longe de ser o grande problema de
nossa espécie. Eu diria ainda bem que criamos expectativas que antecedemos o
futuro e conseguimos ver uma brechinha do que possa vir a ser. O problema mesmo consiste
no quão ciente a gente está sobre as expectativas que criamos e de que forma
elas nos afetam. Viver é uma eterna tentativa de equilíbrio entre
expectativas e realidade.
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